CASULO DE MALHOA

 

Ver e Fazer

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fonte das freiras

fonte das freirasA Fonte das Freiras foi construída numa das entradas mais antigas da vila, a que então chamavam o Terreiro das Freiras, tendo sido reedificada pelo mestre pedreiro, Domingos de Figueiredo, morador em Belver, por escritura pública lavrada em Figueiró, em 17 de setembro de 1691, entre esse mestre e os oficiais da Câmara de Figueiró.
A designação de Fonte das Freiras advém da vizinhança do Mosteiro de Santa Clara, de freiras franciscanas, que ali existiu, entre os séculos XVI e XIX.
No local existe um lago subterrâneo, ou uma “mãe-d’água”, que se divide em várias nascentes periféricas, produzindo ainda um curso de água, a Ribeira da Madre, que depois atravessa a vila, de Norte para Sul.
No século XVII, foi construída uma conduta subterrânea, em pedra, com várias galerias, para que a água chegasse até ao Convento dos Frades Carmelitas Descalços de Nossa Senhora do Carmo, situado no Fundo da Vila. 

solar 1

Solar web


Solar construído pelo Capitão da Índia, Manoel Godinho de Sá, como se lê na pedra de armas na fachada principal, nos seus bordos laterais, datado de 1681. Edifício de linhas sóbrias e cuidadas, insere-se no retorno ao classicismo pós estilo manuelino. As esquinas e o soco do edifício são rematados por cadeias de pedra de granito, nascendo as esquinas em colunas embebidas em estilóbata e rematadas por um listel curvo que termina no entablamento da cornija.
No segundo piso, um varandim com telhado suspenso por pilares, com beirado “à portuguesa” de traçado orientalista.
É ainda da construção original a porta de entrada do segundo piso, que abre para o varandim, maciça e em castanho, de almofadas e com pregaria de ferro.
Descendente da família dos Godinho de Sá e dos Moxões, igualmente da mesma vila, foi Cavaleiro do Hábito de Cristo e Capitão-mor da Índia, onde esteve 38 anos, passando parte destes na China.
Tendo regressado ao reino muito rico, fez doação à Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja de S. João Batista de Figueiró dos Vinhos de um “excelente cofre de prata, cheio de pregaria, por Deus o haver trazido ao Reino” datado de 1651.

Edifício associado à estadia do pintor José Malhoa em Figueiró dos Vinhos e onde faleceu em 26 de Outubro de 1933.
Atraído pelo convite do seu antigo mestre José Simões de Almeida Júnior (tio), José Vital Malhoa chegou Figueiró dos Vinhos por volta de 1883 e encantou-se pelos horizontes longínquos, as serranias, a cor dos campos e costumes, descobriu modelos para as suas pinturas e motivos para o seu projeto artístico. Aqui mandou construir esta casa, cuja planta é composta por dois corpos retangulares articulados em “T”. O corpo mais baixo, originalmente de um só piso corresponde à pequena casa térrea inicial que Malhoa ali mandou construir, possivelmente no ano de 1895.
Mais tarde, em 1898, sob traçado de Luiz Ernesto Reynaud, foi acrescentado um novo corpo, transformando-a numa verdadeira casa, onde a primitiva pequena casa é transformada no atelier de trabalho do Pintor, recebendo uma grande claraboia de ferro e vidro sobre a cobertura, há muito já desaparecida Destaca-se, no seu interior, a pequena sala de jantar aberta para a varanda alpendrada, onde as paredes são revestidas a pergamóide, imitando couro lavrado e as duas sobre-portas exibem frisos floridos em tela pintada a óleo, originais do pintor António Ramalho Júnior. A mesa de jantar e possivelmente o candeeiro da sala serão ainda peças sobreviventes do tempo do Pintor. O teto, em madeira, apresenta uns pequenos nichos que teriam pequenas obras de pintores amigos de Malhoa, entretanto desaparecidas.
Após a reabilitação de 1985, os nichos foram preenchidos com novas obras, produzidas e oferecidas por professores e alunos da Escola de Belas Artes de Lisboa. No jardim existe ainda o antigo caramanchão e um banco, ambos em ferro e contemporâneos do Pintor, e um lago ao gosto da época.

 

 

“O Casulo” de Malhoa é também o ponto de partida do percurso “Uma Volta à Vila, à Volta dos Quatro Artistas”.

Aqui poderá visitar uma exposição*, enriquecida com alguns objetos pessoais deste artista, que lhe permite ficar a saber mais sobre a casa e que revisita a vinda para Figueiró dos Vinhos de José Malhoa (1855-1933) e Henrique Pinto (1853-1912), dois pintores do Grupo do Leão, aqui trazidos a convite do Mestre e amigo José Simões d´Almeida Júnior (1844-1926), nascido em Figueiró, tal com o seu sobrinho José Simões d´Almeida (sobrinho) (1880-1950).

Ver o Casulo por fora é observar o resultado de sucessivas alterações que este sofreu na sua adaptação a residência privada após a venda em 1937.

O Busto de José Malhoa, do escultor caldense António Duarte (1912-1998), localizado já fora dos muros do Casulo, é também digno de nota. Originalmente colocado no Jardim Parque em 1956, foi trazido para a sua atual localização três décadas depois.

Solicite a visita no Museu e Centro de Artes.

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